O momento é delicado. Especulações vêm de todos os lados. A cada dia, uma notícia nova. Para o FMI, o estresse financeiro é um dos mais intensos já experimentados pelos EUA e se espalhou, afetando praticamente todos os países.
O Senado dos Estados Unidos aprovou uma nova versão do pacote de socorro financeiro para tampar o buraco da grande crise que o país enfrenta atualmente. O custo total foi ampliado de US$ 700 bilhões para US$ 850 bilhões.
A crise financeira é ambígua. Ao mesmo tempo em que provoca prejuízos, tem o poder de modificar relações e estruturas na economia mundial.
O maior temor é a escassez de empregos, o que pode ser a maior conseqüência da crise econômica mundial.
É difícil saber quem ganha com a situação.
As especulações financeiras dos comerciantes resultam em altas taxas de juros para os consumidores.
Quem ganha não se sabe, mas é fácil saber que o povo, mais uma vez, sai perdendo.
A programação da televisão destinada ao público infantil cresce a cada dia. Várias emissoras, de TV aberta ou a cabo, investem em programas específicos para as crianças.
Até aí, tudo bem. Nada mais normal do que as crianças assistirem os programas que foram feitos pensando especialmente nelas. O problema é que a televisão não é feita apenas de programas infantis e, muitas vezes, os pais não conseguem controlar o que os filhos vêem através da tela. O resultado é crianças que acompanham crimes, assistem cenas em telenovelas e filmes, impróprios para a idade, tem acesso a uma série de informações que não lhe dizem respeito.
A precocidade com que as crianças têm acesso a algumas coisas por meio da televisão é a principal preocupação de alguns pais. A estudante Carolina Oliveira toma cuidado com o que sua filha, Thaís, de sete anos vê. “Como passo grande parte do dia fora de casa, perco um pouco do controle do que ela assiste na televisão”, conta.
Carolina percebe algumas diferenças no comportamento da filha em virtude das informações. Ela conta que, na época que o caso da menina Isabella Nardoni era notícia em todos os programas, chamou a atenção de Thais, que estava conversando pela janela com a vizinha. “Quando disse pra ela ter cuidado, por que poderia cair, como aconteceu com a Isabella, ela me disse que a Isabella não caiu, mas que foi jogada”, conta.
Ela acredita que isso não acontece apenas com os telejornais. “Na minha infância, os desenhos eram diferentes. Os programas feitos para crianças preservavam a infância. Parece que as crianças de hoje estão querendo acelerar a infância e se tornarem logo adolescentes”, diz.
De fato, as crianças estão muito mais expostas à violência do que na década de 80. Talvez pelo crescente número da violência. O papel da mídia é divulgar aquilo que acontece e que é de interesse público. Se o que acontece são crimes, o que se espera é que a mídia se encarregue de dar cobertura a esses fatos. O problema é o grau de violência que cresce cada dia mais.
Thaís confessa que gosta dos desenhos animados que apresentam algum tipo de violência. “Gosto mais dos Power Rangers”, diz. A mãe se preocupa com isso e tenta desviar a atenção da filha para alguns acontecimentos. “Acho que a criança não precisa crescer alienada, em um mundo cor-de-rosa, onde só acontece coisa boa. Mas acredito que a infância possa ser preservada por mais tempo. Pra quê ela precisa saber de tantos casos bárbaros de violência através da televisão?”, questiona.
Um estudo realizado pela ONU em 1998 comprovou a idéia de Carolina. Naquela época, a cada 60 minutos, 20 crimes eram exibidos, totalizando quase mil e quinhentos crimes em uma semana. Já o estudo realizado pela USP, Desenho animado na TV: mitos, símbolos e metáforas, concluiu que os desenhos transmitem às crianças valores éticos e morais.